DigiDoc

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Category

App

My role

Pesquisa, Ideação, Wireframing, Componentização, Prototipação

Duration

3 meses

Client

Curso UX Unicórnio

Context

Em outubro de 2020, me juntei com dois colegas UX designers para resolver um desafio no tema de documentações pessoais no Brasil. Optei por entrar no grupo que resolveria o desafio relacionado a este tema porque enfrento problemas relacionados e foi o tema com menos alunos interessados em resolver.

Solution

Nossa solução foi um aplicativo no qual o usuário pode salvar seus documentos pessoais e gerar códigos QR para compartilhá-los com facilidade e segurança.


1. Enquadrando o problema


O sistema de identificação regionalizado no Brasil ainda leva a uma abordagem descentralizada, permitindo que indivíduos possuam múltiplas identidades, por exemplo.


O uso de documentos físicos ainda vigora no Brasil. Segundo a Serasa Experian, as principais tentativas de golpe realizadas no Brasil baseiam-se no uso de identidades roubadas ou falsas. Com a perda de documentos físicos e outras ocorrências, é necessária a emissão de segunda via.


O governo brasileiro tenta estimular a digitalização de documentos por meio de projetos como o DNI (Documento Nacional de Identificação), com o objetivo de centralizar os documentos dos cidadãos em um aplicativo móvel, incluindo CPF e título de eleitor.


Apesar de alguns estados adotarem documentos digitais, os cidadãos enfrentam desafios. Instalar vários aplicativos para documentação digital é o cenário atual.


2. Definindo que problema resolver


Atacar o problema da descentralização na documentação nacional seria irrealista, pois é um problema de gigantesca complexidade.


Optamos por trabalhar o problema da emissão de duplicatas de documentos. Segundo o Instituto Geral de Perícias, Santa Catarina (estado do sul do Brasil) emite anualmente 550 mil RGs e 70% são segundas vias.


A redução na emissão de segundas vias (sejam motivadas por roubo ou perda do documento de identidade físico) é relevante porque evita contratempos e custos para os cidadãos e reduz o uso desnecessário de recursos governamentais e naturais.


Nosso objetivo


Reduzir em 30% a emissão de segundas vias de documentos de identidade no estado de Santa Catarina (Brasil) até outubro de 2021.


3. Entendendo o comportamento das pessoas


Precisávamos saber mais sobre o dia a dia e o comportamento das pessoas em relação à documentação.


Para orientar nosso plano de pesquisa, reunimos nossos pressupostos sobre o tema em uma matriz CSD.

Em seguida, precisávamos priorizar o que deveríamos investigar em nossa pesquisa.


Portanto, selecionamos as premissas que teriam maior impacto no negócio caso fossem validadas e que tivéssemos menos conhecimento ou certeza para estar em nossa pesquisa.



Pesquisa quantitativa


Para cada hipótese, procuramos criar uma questão ou conjunto de questões que buscassem investigá-la. Tivemos o cuidado de não criar perguntas tendenciosas, por isso sempre nos baseamos no comportamento passado ou atual das pessoas.


Após a criação do formulário, divulgamos em grupos relacionados ao tema no Facebook e WhatsApp.

Coletamos 96 respostas em dois dias.


Cruzamos as respostas do questionário para extrair informações dos dados usando o Data Studio e chegamos às seguintes conclusões:


"Acreditamos que as pessoas sabem que existem aplicativos de documentos digitais. Saberemos que estamos certos se + 50% das pessoas disserem que sim."


Invalidada. 63,5% das pessoas que costumam apresentar seus documentos ainda utilizam documentos físicos.​​​​​​​


Nota: após a pesquisa, identificamos que esta questão deveria perguntar sobre o conhecimento da possibilidade de possuir documentos digitais, e não se a pessoa utiliza documentos digitais.


"Acreditamos que as pessoas que usam aplicativos bancários têm maior probabilidade de usar documentos digitais. Saberemos que estamos certos se +50% responderem que utilizam bancos digitais e possuem documentos digitais."


Invalidada. Apenas 36,6% das pessoas que usam aplicativos de bancos também usam aplicativos governamentais para documentos digitais.


"Acreditamos que pessoas com mais de 50 anos acham mais seguro ter documentos físicos. Saberemos que estamos certos se 60% disserem que não possuem documentos digitais."


Validada. 72,7% das pessoas com 49 anos ou mais não utilizam aplicativos de documentação digital. Porém, 45,5% acham que os documentos digitais são tão seguros quanto os documentos físicos.


"Acreditamos que é importante que as pessoas tenham os seus documentos sempre acessíveis digitalmente. Saberemos que estamos certos se 60% das pessoas disserem que utilizam documentos pelo menos 3x por semana."


Invalidada. 56,3% das pessoas utilizam os seus documentos pessoais ocasionalmente numa semana média. Apenas 28,1% utilizam mais de duas vezes.


"Acreditamos que pessoas com menos de 40 anos preferem ter documentos digitais. Saberemos que estamos certos se 60% responderem que possuem um ou mais documentos digitais."


Invalidada. O uso de documentos físicos ainda é majoritário em todas as faixas etárias pesquisadas.


"Acreditamos que os servidores públicos sabem que existem documentos digitais. Saberemos que estamos certos se 70% responderem que sabem."


Validada. Entre as pessoas que apresentam e conferem documentos, 68,2% possuem documentos digitais.


Nota: após a pesquisa, identificamos que esta questão deveria perguntar sobre o conhecimento da possibilidade de possuir documentos digitais, e não se a pessoa utiliza documentos digitais.


"Acreditamos que os servidores públicos que já conferiram documentos digitais preferem utilizá-los. Saberemos que estamos certos se 70% disserem que sim."


Validada. 83,3% afirmaram que a verificação de documentos digitais é mais fácil ou tão fácil quanto a verificação de documentos físicos.


Descobertas

  • Conseguimos entender melhor com que frequência as pessoas utilizam seus documentos e quais documentos são mais utilizados;

  • A maioria das pessoas ainda não utiliza documentos digitalmente, embora os servidores públicos estejam informados e abertos para aceitar documentos digitais;

  • Existe uma grande barreira de aceitação por parte dos idosos, embora estes não percebam os documentos digitais como completamente inseguros;

  • Usar aplicativos bancários não significa maior adoção de documentos digitais.


Pesquisa qualitativa

Conversamos com 10 pessoas de perfis diferentes, para entender melhor as motivações por trás de suas respostas na pesquisa quantitativa e obter mais contexto.

Descobertas

  • A falta de divulgação da possibilidade de utilização de documentos digitais é um dos principais motivadores para a baixa utilização;

  • O fato de ser necessário instalar vários aplicativos para ter todos os documentos no smartphone é uma barreira para as pessoas utilizarem documentos digitais;

  • Há abertura por parte dos servidores públicos para aceitar a conferência de documentos digitais;

  • Imprevistos como um smartphone descarregado, podem ser um problema na utilização de documentos digitais.


4. Nossos potenciais usuários


Identificamos como usuários pessoas de 16 a 50 anos, que buscam praticidade no transporte, apresentação e compartilhamento de documentos pessoais.


Uma rotina diária comum exige o uso de diversos documentos pessoais, como:

  • Carteira de identidade (RG);

  • Carteira de motorista (CNH);

  • Cartão do plano de saúde;

  • Identificação de estudante;

  • Cartão de academia;

  • E assim por diante.


De acordo com a nossa pequisa:

  • A maioria das pessoas utiliza os seus documentos pessoais ocasionalmente durante uma semana;

  • As pessoas estão receptivas ao uso de documentos digitais;

  • As pessoas estão insatisfeitas com os aplicativos governamentais atuais.


5. Definindo requisitos para a solução


A solução precisava:

  • Fornecer acesso a documentos digitais válidos e aceitos nas atividades do dia a dia;

  • Permitir que o usuário tenha seus documentos sempre à mão, com segurança;

  • Permitir o compartilhamento de documentos;

  • Reunir todos os documentos em um só lugar.


Como poderíamos…


Permitir a utilização de documentos pessoais de forma prática e segura, reduzindo a probabilidade de perdas e danos e agilizando o processo de verificação documental?


Em seguida, geramos ideias de soluções e utilizamos uma matriz Impacto versus Esforço para analisar qual ideia seria mais viável para o negócio e para o usuário, com o intuito de criar uma proposta de solução MVP para o problema.


Nota: Por se tratar de um estudo de caso do curso, fomos levados a pensar em soluções de aplicativos, embora eu entenda que se estivéssemos explorando o problema livremente, a solução ideal poderia ser outra.


Decidimos avançar com uma solução baseada em permitir o acesso aos documentos pessoais de forma digital, com o registo dos documentos na plataforma através de código QR ou através do cadastro manual dos dados do documento.


Após o cadastro, os dados do documento e seu QR code ficam disponíveis na plataforma para consulta, compartilhamento e apresentação aos servidores públicos e estabelecimentos comerciais em geral.


Nossa solução


Um aplicativo no qual os usuários podem salvar seus documentos pessoais e gerar códigos QR para auxiliar na verificação e compartilhamento de documentos - com segurança.


Optamos por esta alternativa focada na utilização de códigos QR por alguns motivos:

  • É uma tecnologia amplamente utilizada (inclusive em comerciais de televisão) e conhecida por uma grande massa de pessoas, o que torna nossa solução mais familiar e intuitiva;

  • Os documentos atuais no Brasil já contêm códigos QR impressos, portanto, é uma iniciativa já aprovada oficialmente pelo governo e conhecida pela população.


A opção de integrar todos os documentos em um único aplicativo por meio de uma API de integração entre os aplicativos governamentais existentes exigiria um conhecimento avançado de tecnologia e uma iniciativa complexa para incentivar as diversas agências a padronizarem os dados entre si.


A opção de cadastrar fotos de documentos na plataforma e digitalizá-los via OCR (Optical Character Recognition) envolveria uma tecnologia que não conhecemos a fundo e que consideramos menos dinâmica e atrativa que a tecnologia de códigos QR.


6. Projetando o app


Revisitamos tudo o que foi descoberto, anotando os pontos mais importantes que haviam se destacado até então.


Cada um de nós começou a desenhar as telas do app e compartilhar entre si para unir as ideias da equipe, transformando tudo em um único esboço consolidado.



Rascunhos que fizemos ao projetar o aplicativo.


Primeiro teste de usabilidade


Criamos nosso protótipo de baixa fidelidade no papel, usando o aplicativo Marvel. Fizemos testes de usabilidade com 8 pessoas para obter feedback.


Pedimos às pessoas que se imaginassem em um cenário em que precisassem agendar uma consulta médica muito importante e precisassem compartilhar sua identidade temporariamente com a clínica.


Essa tarefa fez com que os usuários percorressem todo o fluxo, tendo que adicionar um documento ao aplicativo e compartilhá-lo com outras pessoas.


Em geral, todos os usuários conseguiram simular a adição de um novo documento ao aplicativo e o compartilhamento. Os testes foram importantes para identificar pequenos pontos de atrito na navegação do app.


Entendendo e definindo a jornada do usuário


Já tínhamos uma ideia do fluxo de usuários no app. Mas ainda sentíamos a necessidade de visualizar todo o aplicativo e as relações entre suas telas, então criamos um fluxo de usuário.


Isso nos ajudou a definir quais telas precisávamos projetar.


Finalmente, UI e Visual Design

Style guide


Os estilos e componentes da marca, como paleta de cores, tipografia e botões, foram documentados e projetados para serem escaláveis e reutilizados, facilitando a implementação e o gerenciamento a longo prazo.


Uma preocupação que tivemos foi escolher elementos e cores que apresentassem bom contraste e legibilidade, para contribuir com a acessibilidade do app.


Protótipo de alta fidelidade do MVP


Com base no fluxo do usuário, wireframes e guia de estilo, iniciamos nosso protótipo hi-fi.


Em 2024, resolvi redesenhar as telas para corrigir algumas falhas estruturais, de usabilidade e de design.


Eu queria conectar melhor as descobertas da nossa pesquisa à solução em si, tendo em mente:

  • Simplificar o visual;

  • Criar uma melhor arquitetura de informação para o aplicativo;

  • Organizar melhor os dados nas telas.


Ver arquivo no Figma →



Aprendizados e próximos passos


Com este projeto, tivemos a oportunidade de aprender, experimentar e trabalhar em conjunto nas diferentes fases que um novo produto pode passar durante a sua concepção.


Atualizei o protótipo para implementar algumas melhorias na UI do aplicativo em 2024.


Se continuássemos este projeto, o próximo passo seria realizar mais uma rodada de testes de usabilidade, agora com o protótipo de alta fidelidade.


Um ano após o lançamento, teríamos que verificar se a emissão de segundas vias de documentos de identidade em Santa Catarina realmente diminuiu 30%.


Se eu estivesse trabalhando neste projeto atualmente, tentaria definir métricas e indicadores mais diretamente relacionados à adoção e utilização do produto, ao invés de ter apenas uma meta que envolva o ambiente externo, que pode ser afetado por inúmeras variáveis.


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App

My role

Pesquisa, Ideação, Wireframing, Componentização, Prototipação

Duration

3 meses

Client

Curso UX Unicórnio

Context

Em outubro de 2020, me juntei com dois colegas UX designers para resolver um desafio no tema de documentações pessoais no Brasil. Optei por entrar no grupo que resolveria o desafio relacionado a este tema porque enfrento problemas relacionados e foi o tema com menos alunos interessados em resolver.

Solution

Nossa solução foi um aplicativo no qual o usuário pode salvar seus documentos pessoais e gerar códigos QR para compartilhá-los com facilidade e segurança.


1. Enquadrando o problema


O sistema de identificação regionalizado no Brasil ainda leva a uma abordagem descentralizada, permitindo que indivíduos possuam múltiplas identidades, por exemplo.


O uso de documentos físicos ainda vigora no Brasil. Segundo a Serasa Experian, as principais tentativas de golpe realizadas no Brasil baseiam-se no uso de identidades roubadas ou falsas. Com a perda de documentos físicos e outras ocorrências, é necessária a emissão de segunda via.


O governo brasileiro tenta estimular a digitalização de documentos por meio de projetos como o DNI (Documento Nacional de Identificação), com o objetivo de centralizar os documentos dos cidadãos em um aplicativo móvel, incluindo CPF e título de eleitor.


Apesar de alguns estados adotarem documentos digitais, os cidadãos enfrentam desafios. Instalar vários aplicativos para documentação digital é o cenário atual.


2. Definindo que problema resolver


Atacar o problema da descentralização na documentação nacional seria irrealista, pois é um problema de gigantesca complexidade.


Optamos por trabalhar o problema da emissão de duplicatas de documentos. Segundo o Instituto Geral de Perícias, Santa Catarina (estado do sul do Brasil) emite anualmente 550 mil RGs e 70% são segundas vias.


A redução na emissão de segundas vias (sejam motivadas por roubo ou perda do documento de identidade físico) é relevante porque evita contratempos e custos para os cidadãos e reduz o uso desnecessário de recursos governamentais e naturais.


Nosso objetivo


Reduzir em 30% a emissão de segundas vias de documentos de identidade no estado de Santa Catarina (Brasil) até outubro de 2021.


3. Entendendo o comportamento das pessoas


Precisávamos saber mais sobre o dia a dia e o comportamento das pessoas em relação à documentação.


Para orientar nosso plano de pesquisa, reunimos nossos pressupostos sobre o tema em uma matriz CSD.

Em seguida, precisávamos priorizar o que deveríamos investigar em nossa pesquisa.


Portanto, selecionamos as premissas que teriam maior impacto no negócio caso fossem validadas e que tivéssemos menos conhecimento ou certeza para estar em nossa pesquisa.



Pesquisa quantitativa


Para cada hipótese, procuramos criar uma questão ou conjunto de questões que buscassem investigá-la. Tivemos o cuidado de não criar perguntas tendenciosas, por isso sempre nos baseamos no comportamento passado ou atual das pessoas.


Após a criação do formulário, divulgamos em grupos relacionados ao tema no Facebook e WhatsApp.

Coletamos 96 respostas em dois dias.


Cruzamos as respostas do questionário para extrair informações dos dados usando o Data Studio e chegamos às seguintes conclusões:


"Acreditamos que as pessoas sabem que existem aplicativos de documentos digitais. Saberemos que estamos certos se + 50% das pessoas disserem que sim."


Invalidada. 63,5% das pessoas que costumam apresentar seus documentos ainda utilizam documentos físicos.​​​​​​​


Nota: após a pesquisa, identificamos que esta questão deveria perguntar sobre o conhecimento da possibilidade de possuir documentos digitais, e não se a pessoa utiliza documentos digitais.


"Acreditamos que as pessoas que usam aplicativos bancários têm maior probabilidade de usar documentos digitais. Saberemos que estamos certos se +50% responderem que utilizam bancos digitais e possuem documentos digitais."


Invalidada. Apenas 36,6% das pessoas que usam aplicativos de bancos também usam aplicativos governamentais para documentos digitais.


"Acreditamos que pessoas com mais de 50 anos acham mais seguro ter documentos físicos. Saberemos que estamos certos se 60% disserem que não possuem documentos digitais."


Validada. 72,7% das pessoas com 49 anos ou mais não utilizam aplicativos de documentação digital. Porém, 45,5% acham que os documentos digitais são tão seguros quanto os documentos físicos.


"Acreditamos que é importante que as pessoas tenham os seus documentos sempre acessíveis digitalmente. Saberemos que estamos certos se 60% das pessoas disserem que utilizam documentos pelo menos 3x por semana."


Invalidada. 56,3% das pessoas utilizam os seus documentos pessoais ocasionalmente numa semana média. Apenas 28,1% utilizam mais de duas vezes.


"Acreditamos que pessoas com menos de 40 anos preferem ter documentos digitais. Saberemos que estamos certos se 60% responderem que possuem um ou mais documentos digitais."


Invalidada. O uso de documentos físicos ainda é majoritário em todas as faixas etárias pesquisadas.


"Acreditamos que os servidores públicos sabem que existem documentos digitais. Saberemos que estamos certos se 70% responderem que sabem."


Validada. Entre as pessoas que apresentam e conferem documentos, 68,2% possuem documentos digitais.


Nota: após a pesquisa, identificamos que esta questão deveria perguntar sobre o conhecimento da possibilidade de possuir documentos digitais, e não se a pessoa utiliza documentos digitais.


"Acreditamos que os servidores públicos que já conferiram documentos digitais preferem utilizá-los. Saberemos que estamos certos se 70% disserem que sim."


Validada. 83,3% afirmaram que a verificação de documentos digitais é mais fácil ou tão fácil quanto a verificação de documentos físicos.


Descobertas

  • Conseguimos entender melhor com que frequência as pessoas utilizam seus documentos e quais documentos são mais utilizados;

  • A maioria das pessoas ainda não utiliza documentos digitalmente, embora os servidores públicos estejam informados e abertos para aceitar documentos digitais;

  • Existe uma grande barreira de aceitação por parte dos idosos, embora estes não percebam os documentos digitais como completamente inseguros;

  • Usar aplicativos bancários não significa maior adoção de documentos digitais.


Pesquisa qualitativa

Conversamos com 10 pessoas de perfis diferentes, para entender melhor as motivações por trás de suas respostas na pesquisa quantitativa e obter mais contexto.

Descobertas

  • A falta de divulgação da possibilidade de utilização de documentos digitais é um dos principais motivadores para a baixa utilização;

  • O fato de ser necessário instalar vários aplicativos para ter todos os documentos no smartphone é uma barreira para as pessoas utilizarem documentos digitais;

  • Há abertura por parte dos servidores públicos para aceitar a conferência de documentos digitais;

  • Imprevistos como um smartphone descarregado, podem ser um problema na utilização de documentos digitais.


4. Nossos potenciais usuários


Identificamos como usuários pessoas de 16 a 50 anos, que buscam praticidade no transporte, apresentação e compartilhamento de documentos pessoais.


Uma rotina diária comum exige o uso de diversos documentos pessoais, como:

  • Carteira de identidade (RG);

  • Carteira de motorista (CNH);

  • Cartão do plano de saúde;

  • Identificação de estudante;

  • Cartão de academia;

  • E assim por diante.


De acordo com a nossa pequisa:

  • A maioria das pessoas utiliza os seus documentos pessoais ocasionalmente durante uma semana;

  • As pessoas estão receptivas ao uso de documentos digitais;

  • As pessoas estão insatisfeitas com os aplicativos governamentais atuais.


5. Definindo requisitos para a solução


A solução precisava:

  • Fornecer acesso a documentos digitais válidos e aceitos nas atividades do dia a dia;

  • Permitir que o usuário tenha seus documentos sempre à mão, com segurança;

  • Permitir o compartilhamento de documentos;

  • Reunir todos os documentos em um só lugar.


Como poderíamos…


Permitir a utilização de documentos pessoais de forma prática e segura, reduzindo a probabilidade de perdas e danos e agilizando o processo de verificação documental?


Em seguida, geramos ideias de soluções e utilizamos uma matriz Impacto versus Esforço para analisar qual ideia seria mais viável para o negócio e para o usuário, com o intuito de criar uma proposta de solução MVP para o problema.


Nota: Por se tratar de um estudo de caso do curso, fomos levados a pensar em soluções de aplicativos, embora eu entenda que se estivéssemos explorando o problema livremente, a solução ideal poderia ser outra.


Decidimos avançar com uma solução baseada em permitir o acesso aos documentos pessoais de forma digital, com o registo dos documentos na plataforma através de código QR ou através do cadastro manual dos dados do documento.


Após o cadastro, os dados do documento e seu QR code ficam disponíveis na plataforma para consulta, compartilhamento e apresentação aos servidores públicos e estabelecimentos comerciais em geral.


Nossa solução


Um aplicativo no qual os usuários podem salvar seus documentos pessoais e gerar códigos QR para auxiliar na verificação e compartilhamento de documentos - com segurança.


Optamos por esta alternativa focada na utilização de códigos QR por alguns motivos:

  • É uma tecnologia amplamente utilizada (inclusive em comerciais de televisão) e conhecida por uma grande massa de pessoas, o que torna nossa solução mais familiar e intuitiva;

  • Os documentos atuais no Brasil já contêm códigos QR impressos, portanto, é uma iniciativa já aprovada oficialmente pelo governo e conhecida pela população.


A opção de integrar todos os documentos em um único aplicativo por meio de uma API de integração entre os aplicativos governamentais existentes exigiria um conhecimento avançado de tecnologia e uma iniciativa complexa para incentivar as diversas agências a padronizarem os dados entre si.


A opção de cadastrar fotos de documentos na plataforma e digitalizá-los via OCR (Optical Character Recognition) envolveria uma tecnologia que não conhecemos a fundo e que consideramos menos dinâmica e atrativa que a tecnologia de códigos QR.


6. Projetando o app


Revisitamos tudo o que foi descoberto, anotando os pontos mais importantes que haviam se destacado até então.


Cada um de nós começou a desenhar as telas do app e compartilhar entre si para unir as ideias da equipe, transformando tudo em um único esboço consolidado.



Rascunhos que fizemos ao projetar o aplicativo.


Primeiro teste de usabilidade


Criamos nosso protótipo de baixa fidelidade no papel, usando o aplicativo Marvel. Fizemos testes de usabilidade com 8 pessoas para obter feedback.


Pedimos às pessoas que se imaginassem em um cenário em que precisassem agendar uma consulta médica muito importante e precisassem compartilhar sua identidade temporariamente com a clínica.


Essa tarefa fez com que os usuários percorressem todo o fluxo, tendo que adicionar um documento ao aplicativo e compartilhá-lo com outras pessoas.


Em geral, todos os usuários conseguiram simular a adição de um novo documento ao aplicativo e o compartilhamento. Os testes foram importantes para identificar pequenos pontos de atrito na navegação do app.


Entendendo e definindo a jornada do usuário


Já tínhamos uma ideia do fluxo de usuários no app. Mas ainda sentíamos a necessidade de visualizar todo o aplicativo e as relações entre suas telas, então criamos um fluxo de usuário.


Isso nos ajudou a definir quais telas precisávamos projetar.


Finalmente, UI e Visual Design

Style guide


Os estilos e componentes da marca, como paleta de cores, tipografia e botões, foram documentados e projetados para serem escaláveis e reutilizados, facilitando a implementação e o gerenciamento a longo prazo.


Uma preocupação que tivemos foi escolher elementos e cores que apresentassem bom contraste e legibilidade, para contribuir com a acessibilidade do app.


Protótipo de alta fidelidade do MVP


Com base no fluxo do usuário, wireframes e guia de estilo, iniciamos nosso protótipo hi-fi.


Em 2024, resolvi redesenhar as telas para corrigir algumas falhas estruturais, de usabilidade e de design.


Eu queria conectar melhor as descobertas da nossa pesquisa à solução em si, tendo em mente:

  • Simplificar o visual;

  • Criar uma melhor arquitetura de informação para o aplicativo;

  • Organizar melhor os dados nas telas.


Ver arquivo no Figma →



Aprendizados e próximos passos


Com este projeto, tivemos a oportunidade de aprender, experimentar e trabalhar em conjunto nas diferentes fases que um novo produto pode passar durante a sua concepção.


Atualizei o protótipo para implementar algumas melhorias na UI do aplicativo em 2024.


Se continuássemos este projeto, o próximo passo seria realizar mais uma rodada de testes de usabilidade, agora com o protótipo de alta fidelidade.


Um ano após o lançamento, teríamos que verificar se a emissão de segundas vias de documentos de identidade em Santa Catarina realmente diminuiu 30%.


Se eu estivesse trabalhando neste projeto atualmente, tentaria definir métricas e indicadores mais diretamente relacionados à adoção e utilização do produto, ao invés de ter apenas uma meta que envolva o ambiente externo, que pode ser afetado por inúmeras variáveis.


DigiDoc

DigiDoc

App

Pesquisa, Ideação, Wireframing, Componentização, Prototipação

3 meses

Curso UX Unicórnio

Em outubro de 2020, me juntei com dois colegas UX designers para resolver um desafio no tema de documentações pessoais no Brasil. Optei por entrar no grupo que resolveria o desafio relacionado a este tema porque enfrento problemas relacionados e foi o tema com menos alunos interessados em resolver.

Nossa solução foi um aplicativo no qual o usuário pode salvar seus documentos pessoais e gerar códigos QR para compartilhá-los com facilidade e segurança.


1. Enquadrando o problema


O sistema de identificação regionalizado no Brasil ainda leva a uma abordagem descentralizada, permitindo que indivíduos possuam múltiplas identidades, por exemplo.


O uso de documentos físicos ainda vigora no Brasil. Segundo a Serasa Experian, as principais tentativas de golpe realizadas no Brasil baseiam-se no uso de identidades roubadas ou falsas. Com a perda de documentos físicos e outras ocorrências, é necessária a emissão de segunda via.


O governo brasileiro tenta estimular a digitalização de documentos por meio de projetos como o DNI (Documento Nacional de Identificação), com o objetivo de centralizar os documentos dos cidadãos em um aplicativo móvel, incluindo CPF e título de eleitor.


Apesar de alguns estados adotarem documentos digitais, os cidadãos enfrentam desafios. Instalar vários aplicativos para documentação digital é o cenário atual.


2. Definindo que problema resolver


Atacar o problema da descentralização na documentação nacional seria irrealista, pois é um problema de gigantesca complexidade.


Optamos por trabalhar o problema da emissão de duplicatas de documentos. Segundo o Instituto Geral de Perícias, Santa Catarina (estado do sul do Brasil) emite anualmente 550 mil RGs e 70% são segundas vias.


A redução na emissão de segundas vias (sejam motivadas por roubo ou perda do documento de identidade físico) é relevante porque evita contratempos e custos para os cidadãos e reduz o uso desnecessário de recursos governamentais e naturais.


Nosso objetivo


Reduzir em 30% a emissão de segundas vias de documentos de identidade no estado de Santa Catarina (Brasil) até outubro de 2021.


3. Entendendo o comportamento das pessoas


Precisávamos saber mais sobre o dia a dia e o comportamento das pessoas em relação à documentação.


Para orientar nosso plano de pesquisa, reunimos nossos pressupostos sobre o tema em uma matriz CSD.

Em seguida, precisávamos priorizar o que deveríamos investigar em nossa pesquisa.


Portanto, selecionamos as premissas que teriam maior impacto no negócio caso fossem validadas e que tivéssemos menos conhecimento ou certeza para estar em nossa pesquisa.



Pesquisa quantitativa


Para cada hipótese, procuramos criar uma questão ou conjunto de questões que buscassem investigá-la. Tivemos o cuidado de não criar perguntas tendenciosas, por isso sempre nos baseamos no comportamento passado ou atual das pessoas.


Após a criação do formulário, divulgamos em grupos relacionados ao tema no Facebook e WhatsApp.

Coletamos 96 respostas em dois dias.


Cruzamos as respostas do questionário para extrair informações dos dados usando o Data Studio e chegamos às seguintes conclusões:


"Acreditamos que as pessoas sabem que existem aplicativos de documentos digitais. Saberemos que estamos certos se + 50% das pessoas disserem que sim."


Invalidada. 63,5% das pessoas que costumam apresentar seus documentos ainda utilizam documentos físicos.​​​​​​​


Nota: após a pesquisa, identificamos que esta questão deveria perguntar sobre o conhecimento da possibilidade de possuir documentos digitais, e não se a pessoa utiliza documentos digitais.


"Acreditamos que as pessoas que usam aplicativos bancários têm maior probabilidade de usar documentos digitais. Saberemos que estamos certos se +50% responderem que utilizam bancos digitais e possuem documentos digitais."


Invalidada. Apenas 36,6% das pessoas que usam aplicativos de bancos também usam aplicativos governamentais para documentos digitais.


"Acreditamos que pessoas com mais de 50 anos acham mais seguro ter documentos físicos. Saberemos que estamos certos se 60% disserem que não possuem documentos digitais."


Validada. 72,7% das pessoas com 49 anos ou mais não utilizam aplicativos de documentação digital. Porém, 45,5% acham que os documentos digitais são tão seguros quanto os documentos físicos.


"Acreditamos que é importante que as pessoas tenham os seus documentos sempre acessíveis digitalmente. Saberemos que estamos certos se 60% das pessoas disserem que utilizam documentos pelo menos 3x por semana."


Invalidada. 56,3% das pessoas utilizam os seus documentos pessoais ocasionalmente numa semana média. Apenas 28,1% utilizam mais de duas vezes.


"Acreditamos que pessoas com menos de 40 anos preferem ter documentos digitais. Saberemos que estamos certos se 60% responderem que possuem um ou mais documentos digitais."


Invalidada. O uso de documentos físicos ainda é majoritário em todas as faixas etárias pesquisadas.


"Acreditamos que os servidores públicos sabem que existem documentos digitais. Saberemos que estamos certos se 70% responderem que sabem."


Validada. Entre as pessoas que apresentam e conferem documentos, 68,2% possuem documentos digitais.


Nota: após a pesquisa, identificamos que esta questão deveria perguntar sobre o conhecimento da possibilidade de possuir documentos digitais, e não se a pessoa utiliza documentos digitais.


"Acreditamos que os servidores públicos que já conferiram documentos digitais preferem utilizá-los. Saberemos que estamos certos se 70% disserem que sim."


Validada. 83,3% afirmaram que a verificação de documentos digitais é mais fácil ou tão fácil quanto a verificação de documentos físicos.


Descobertas

  • Conseguimos entender melhor com que frequência as pessoas utilizam seus documentos e quais documentos são mais utilizados;

  • A maioria das pessoas ainda não utiliza documentos digitalmente, embora os servidores públicos estejam informados e abertos para aceitar documentos digitais;

  • Existe uma grande barreira de aceitação por parte dos idosos, embora estes não percebam os documentos digitais como completamente inseguros;

  • Usar aplicativos bancários não significa maior adoção de documentos digitais.


Pesquisa qualitativa

Conversamos com 10 pessoas de perfis diferentes, para entender melhor as motivações por trás de suas respostas na pesquisa quantitativa e obter mais contexto.

Descobertas

  • A falta de divulgação da possibilidade de utilização de documentos digitais é um dos principais motivadores para a baixa utilização;

  • O fato de ser necessário instalar vários aplicativos para ter todos os documentos no smartphone é uma barreira para as pessoas utilizarem documentos digitais;

  • Há abertura por parte dos servidores públicos para aceitar a conferência de documentos digitais;

  • Imprevistos como um smartphone descarregado, podem ser um problema na utilização de documentos digitais.


4. Nossos potenciais usuários


Identificamos como usuários pessoas de 16 a 50 anos, que buscam praticidade no transporte, apresentação e compartilhamento de documentos pessoais.


Uma rotina diária comum exige o uso de diversos documentos pessoais, como:

  • Carteira de identidade (RG);

  • Carteira de motorista (CNH);

  • Cartão do plano de saúde;

  • Identificação de estudante;

  • Cartão de academia;

  • E assim por diante.


De acordo com a nossa pequisa:

  • A maioria das pessoas utiliza os seus documentos pessoais ocasionalmente durante uma semana;

  • As pessoas estão receptivas ao uso de documentos digitais;

  • As pessoas estão insatisfeitas com os aplicativos governamentais atuais.


5. Definindo requisitos para a solução


A solução precisava:

  • Fornecer acesso a documentos digitais válidos e aceitos nas atividades do dia a dia;

  • Permitir que o usuário tenha seus documentos sempre à mão, com segurança;

  • Permitir o compartilhamento de documentos;

  • Reunir todos os documentos em um só lugar.


Como poderíamos…


Permitir a utilização de documentos pessoais de forma prática e segura, reduzindo a probabilidade de perdas e danos e agilizando o processo de verificação documental?


Em seguida, geramos ideias de soluções e utilizamos uma matriz Impacto versus Esforço para analisar qual ideia seria mais viável para o negócio e para o usuário, com o intuito de criar uma proposta de solução MVP para o problema.


Nota: Por se tratar de um estudo de caso do curso, fomos levados a pensar em soluções de aplicativos, embora eu entenda que se estivéssemos explorando o problema livremente, a solução ideal poderia ser outra.


Decidimos avançar com uma solução baseada em permitir o acesso aos documentos pessoais de forma digital, com o registo dos documentos na plataforma através de código QR ou através do cadastro manual dos dados do documento.


Após o cadastro, os dados do documento e seu QR code ficam disponíveis na plataforma para consulta, compartilhamento e apresentação aos servidores públicos e estabelecimentos comerciais em geral.


Nossa solução


Um aplicativo no qual os usuários podem salvar seus documentos pessoais e gerar códigos QR para auxiliar na verificação e compartilhamento de documentos - com segurança.


Optamos por esta alternativa focada na utilização de códigos QR por alguns motivos:

  • É uma tecnologia amplamente utilizada (inclusive em comerciais de televisão) e conhecida por uma grande massa de pessoas, o que torna nossa solução mais familiar e intuitiva;

  • Os documentos atuais no Brasil já contêm códigos QR impressos, portanto, é uma iniciativa já aprovada oficialmente pelo governo e conhecida pela população.


A opção de integrar todos os documentos em um único aplicativo por meio de uma API de integração entre os aplicativos governamentais existentes exigiria um conhecimento avançado de tecnologia e uma iniciativa complexa para incentivar as diversas agências a padronizarem os dados entre si.


A opção de cadastrar fotos de documentos na plataforma e digitalizá-los via OCR (Optical Character Recognition) envolveria uma tecnologia que não conhecemos a fundo e que consideramos menos dinâmica e atrativa que a tecnologia de códigos QR.


6. Projetando o app


Revisitamos tudo o que foi descoberto, anotando os pontos mais importantes que haviam se destacado até então.


Cada um de nós começou a desenhar as telas do app e compartilhar entre si para unir as ideias da equipe, transformando tudo em um único esboço consolidado.



Rascunhos que fizemos ao projetar o aplicativo.


Primeiro teste de usabilidade


Criamos nosso protótipo de baixa fidelidade no papel, usando o aplicativo Marvel. Fizemos testes de usabilidade com 8 pessoas para obter feedback.


Pedimos às pessoas que se imaginassem em um cenário em que precisassem agendar uma consulta médica muito importante e precisassem compartilhar sua identidade temporariamente com a clínica.


Essa tarefa fez com que os usuários percorressem todo o fluxo, tendo que adicionar um documento ao aplicativo e compartilhá-lo com outras pessoas.


Em geral, todos os usuários conseguiram simular a adição de um novo documento ao aplicativo e o compartilhamento. Os testes foram importantes para identificar pequenos pontos de atrito na navegação do app.


Entendendo e definindo a jornada do usuário


Já tínhamos uma ideia do fluxo de usuários no app. Mas ainda sentíamos a necessidade de visualizar todo o aplicativo e as relações entre suas telas, então criamos um fluxo de usuário.


Isso nos ajudou a definir quais telas precisávamos projetar.


Finalmente, UI e Visual Design

Style guide


Os estilos e componentes da marca, como paleta de cores, tipografia e botões, foram documentados e projetados para serem escaláveis e reutilizados, facilitando a implementação e o gerenciamento a longo prazo.


Uma preocupação que tivemos foi escolher elementos e cores que apresentassem bom contraste e legibilidade, para contribuir com a acessibilidade do app.


Protótipo de alta fidelidade do MVP


Com base no fluxo do usuário, wireframes e guia de estilo, iniciamos nosso protótipo hi-fi.


Em 2024, resolvi redesenhar as telas para corrigir algumas falhas estruturais, de usabilidade e de design.


Eu queria conectar melhor as descobertas da nossa pesquisa à solução em si, tendo em mente:

  • Simplificar o visual;

  • Criar uma melhor arquitetura de informação para o aplicativo;

  • Organizar melhor os dados nas telas.


Ver arquivo no Figma →



Aprendizados e próximos passos


Com este projeto, tivemos a oportunidade de aprender, experimentar e trabalhar em conjunto nas diferentes fases que um novo produto pode passar durante a sua concepção.


Atualizei o protótipo para implementar algumas melhorias na UI do aplicativo em 2024.


Se continuássemos este projeto, o próximo passo seria realizar mais uma rodada de testes de usabilidade, agora com o protótipo de alta fidelidade.


Um ano após o lançamento, teríamos que verificar se a emissão de segundas vias de documentos de identidade em Santa Catarina realmente diminuiu 30%.


Se eu estivesse trabalhando neste projeto atualmente, tentaria definir métricas e indicadores mais diretamente relacionados à adoção e utilização do produto, ao invés de ter apenas uma meta que envolva o ambiente externo, que pode ser afetado por inúmeras variáveis.


DigiDoc

DigiDoc

Category

App

My role

Pesquisa, Ideação, Wireframing, Componentização, Prototipação

Duration

3 meses

Client

Curso UX Unicórnio

Context

Em outubro de 2020, me juntei com dois colegas UX designers para resolver um desafio no tema de documentações pessoais no Brasil. Optei por entrar no grupo que resolveria o desafio relacionado a este tema porque enfrento problemas relacionados e foi o tema com menos alunos interessados em resolver.

Solution

Nossa solução foi um aplicativo no qual o usuário pode salvar seus documentos pessoais e gerar códigos QR para compartilhá-los com facilidade e segurança.


1. Enquadrando o problema


O sistema de identificação regionalizado no Brasil ainda leva a uma abordagem descentralizada, permitindo que indivíduos possuam múltiplas identidades, por exemplo.


O uso de documentos físicos ainda vigora no Brasil. Segundo a Serasa Experian, as principais tentativas de golpe realizadas no Brasil baseiam-se no uso de identidades roubadas ou falsas. Com a perda de documentos físicos e outras ocorrências, é necessária a emissão de segunda via.


O governo brasileiro tenta estimular a digitalização de documentos por meio de projetos como o DNI (Documento Nacional de Identificação), com o objetivo de centralizar os documentos dos cidadãos em um aplicativo móvel, incluindo CPF e título de eleitor.


Apesar de alguns estados adotarem documentos digitais, os cidadãos enfrentam desafios. Instalar vários aplicativos para documentação digital é o cenário atual.


2. Definindo que problema resolver


Atacar o problema da descentralização na documentação nacional seria irrealista, pois é um problema de gigantesca complexidade.


Optamos por trabalhar o problema da emissão de duplicatas de documentos. Segundo o Instituto Geral de Perícias, Santa Catarina (estado do sul do Brasil) emite anualmente 550 mil RGs e 70% são segundas vias.


A redução na emissão de segundas vias (sejam motivadas por roubo ou perda do documento de identidade físico) é relevante porque evita contratempos e custos para os cidadãos e reduz o uso desnecessário de recursos governamentais e naturais.


Nosso objetivo


Reduzir em 30% a emissão de segundas vias de documentos de identidade no estado de Santa Catarina (Brasil) até outubro de 2021.


3. Entendendo o comportamento das pessoas


Precisávamos saber mais sobre o dia a dia e o comportamento das pessoas em relação à documentação.


Para orientar nosso plano de pesquisa, reunimos nossos pressupostos sobre o tema em uma matriz CSD.

Em seguida, precisávamos priorizar o que deveríamos investigar em nossa pesquisa.


Portanto, selecionamos as premissas que teriam maior impacto no negócio caso fossem validadas e que tivéssemos menos conhecimento ou certeza para estar em nossa pesquisa.



Pesquisa quantitativa


Para cada hipótese, procuramos criar uma questão ou conjunto de questões que buscassem investigá-la. Tivemos o cuidado de não criar perguntas tendenciosas, por isso sempre nos baseamos no comportamento passado ou atual das pessoas.


Após a criação do formulário, divulgamos em grupos relacionados ao tema no Facebook e WhatsApp.

Coletamos 96 respostas em dois dias.


Cruzamos as respostas do questionário para extrair informações dos dados usando o Data Studio e chegamos às seguintes conclusões:


"Acreditamos que as pessoas sabem que existem aplicativos de documentos digitais. Saberemos que estamos certos se + 50% das pessoas disserem que sim."


Invalidada. 63,5% das pessoas que costumam apresentar seus documentos ainda utilizam documentos físicos.​​​​​​​


Nota: após a pesquisa, identificamos que esta questão deveria perguntar sobre o conhecimento da possibilidade de possuir documentos digitais, e não se a pessoa utiliza documentos digitais.


"Acreditamos que as pessoas que usam aplicativos bancários têm maior probabilidade de usar documentos digitais. Saberemos que estamos certos se +50% responderem que utilizam bancos digitais e possuem documentos digitais."


Invalidada. Apenas 36,6% das pessoas que usam aplicativos de bancos também usam aplicativos governamentais para documentos digitais.


"Acreditamos que pessoas com mais de 50 anos acham mais seguro ter documentos físicos. Saberemos que estamos certos se 60% disserem que não possuem documentos digitais."


Validada. 72,7% das pessoas com 49 anos ou mais não utilizam aplicativos de documentação digital. Porém, 45,5% acham que os documentos digitais são tão seguros quanto os documentos físicos.


"Acreditamos que é importante que as pessoas tenham os seus documentos sempre acessíveis digitalmente. Saberemos que estamos certos se 60% das pessoas disserem que utilizam documentos pelo menos 3x por semana."


Invalidada. 56,3% das pessoas utilizam os seus documentos pessoais ocasionalmente numa semana média. Apenas 28,1% utilizam mais de duas vezes.


"Acreditamos que pessoas com menos de 40 anos preferem ter documentos digitais. Saberemos que estamos certos se 60% responderem que possuem um ou mais documentos digitais."


Invalidada. O uso de documentos físicos ainda é majoritário em todas as faixas etárias pesquisadas.


"Acreditamos que os servidores públicos sabem que existem documentos digitais. Saberemos que estamos certos se 70% responderem que sabem."


Validada. Entre as pessoas que apresentam e conferem documentos, 68,2% possuem documentos digitais.


Nota: após a pesquisa, identificamos que esta questão deveria perguntar sobre o conhecimento da possibilidade de possuir documentos digitais, e não se a pessoa utiliza documentos digitais.


"Acreditamos que os servidores públicos que já conferiram documentos digitais preferem utilizá-los. Saberemos que estamos certos se 70% disserem que sim."


Validada. 83,3% afirmaram que a verificação de documentos digitais é mais fácil ou tão fácil quanto a verificação de documentos físicos.


Descobertas

  • Conseguimos entender melhor com que frequência as pessoas utilizam seus documentos e quais documentos são mais utilizados;

  • A maioria das pessoas ainda não utiliza documentos digitalmente, embora os servidores públicos estejam informados e abertos para aceitar documentos digitais;

  • Existe uma grande barreira de aceitação por parte dos idosos, embora estes não percebam os documentos digitais como completamente inseguros;

  • Usar aplicativos bancários não significa maior adoção de documentos digitais.


Pesquisa qualitativa

Conversamos com 10 pessoas de perfis diferentes, para entender melhor as motivações por trás de suas respostas na pesquisa quantitativa e obter mais contexto.

Descobertas

  • A falta de divulgação da possibilidade de utilização de documentos digitais é um dos principais motivadores para a baixa utilização;

  • O fato de ser necessário instalar vários aplicativos para ter todos os documentos no smartphone é uma barreira para as pessoas utilizarem documentos digitais;

  • Há abertura por parte dos servidores públicos para aceitar a conferência de documentos digitais;

  • Imprevistos como um smartphone descarregado, podem ser um problema na utilização de documentos digitais.


4. Nossos potenciais usuários


Identificamos como usuários pessoas de 16 a 50 anos, que buscam praticidade no transporte, apresentação e compartilhamento de documentos pessoais.


Uma rotina diária comum exige o uso de diversos documentos pessoais, como:

  • Carteira de identidade (RG);

  • Carteira de motorista (CNH);

  • Cartão do plano de saúde;

  • Identificação de estudante;

  • Cartão de academia;

  • E assim por diante.


De acordo com a nossa pequisa:

  • A maioria das pessoas utiliza os seus documentos pessoais ocasionalmente durante uma semana;

  • As pessoas estão receptivas ao uso de documentos digitais;

  • As pessoas estão insatisfeitas com os aplicativos governamentais atuais.


5. Definindo requisitos para a solução


A solução precisava:

  • Fornecer acesso a documentos digitais válidos e aceitos nas atividades do dia a dia;

  • Permitir que o usuário tenha seus documentos sempre à mão, com segurança;

  • Permitir o compartilhamento de documentos;

  • Reunir todos os documentos em um só lugar.


Como poderíamos…


Permitir a utilização de documentos pessoais de forma prática e segura, reduzindo a probabilidade de perdas e danos e agilizando o processo de verificação documental?


Em seguida, geramos ideias de soluções e utilizamos uma matriz Impacto versus Esforço para analisar qual ideia seria mais viável para o negócio e para o usuário, com o intuito de criar uma proposta de solução MVP para o problema.


Nota: Por se tratar de um estudo de caso do curso, fomos levados a pensar em soluções de aplicativos, embora eu entenda que se estivéssemos explorando o problema livremente, a solução ideal poderia ser outra.


Decidimos avançar com uma solução baseada em permitir o acesso aos documentos pessoais de forma digital, com o registo dos documentos na plataforma através de código QR ou através do cadastro manual dos dados do documento.


Após o cadastro, os dados do documento e seu QR code ficam disponíveis na plataforma para consulta, compartilhamento e apresentação aos servidores públicos e estabelecimentos comerciais em geral.


Nossa solução


Um aplicativo no qual os usuários podem salvar seus documentos pessoais e gerar códigos QR para auxiliar na verificação e compartilhamento de documentos - com segurança.


Optamos por esta alternativa focada na utilização de códigos QR por alguns motivos:

  • É uma tecnologia amplamente utilizada (inclusive em comerciais de televisão) e conhecida por uma grande massa de pessoas, o que torna nossa solução mais familiar e intuitiva;

  • Os documentos atuais no Brasil já contêm códigos QR impressos, portanto, é uma iniciativa já aprovada oficialmente pelo governo e conhecida pela população.


A opção de integrar todos os documentos em um único aplicativo por meio de uma API de integração entre os aplicativos governamentais existentes exigiria um conhecimento avançado de tecnologia e uma iniciativa complexa para incentivar as diversas agências a padronizarem os dados entre si.


A opção de cadastrar fotos de documentos na plataforma e digitalizá-los via OCR (Optical Character Recognition) envolveria uma tecnologia que não conhecemos a fundo e que consideramos menos dinâmica e atrativa que a tecnologia de códigos QR.


6. Projetando o app


Revisitamos tudo o que foi descoberto, anotando os pontos mais importantes que haviam se destacado até então.


Cada um de nós começou a desenhar as telas do app e compartilhar entre si para unir as ideias da equipe, transformando tudo em um único esboço consolidado.



Rascunhos que fizemos ao projetar o aplicativo.


Primeiro teste de usabilidade


Criamos nosso protótipo de baixa fidelidade no papel, usando o aplicativo Marvel. Fizemos testes de usabilidade com 8 pessoas para obter feedback.


Pedimos às pessoas que se imaginassem em um cenário em que precisassem agendar uma consulta médica muito importante e precisassem compartilhar sua identidade temporariamente com a clínica.


Essa tarefa fez com que os usuários percorressem todo o fluxo, tendo que adicionar um documento ao aplicativo e compartilhá-lo com outras pessoas.


Em geral, todos os usuários conseguiram simular a adição de um novo documento ao aplicativo e o compartilhamento. Os testes foram importantes para identificar pequenos pontos de atrito na navegação do app.


Entendendo e definindo a jornada do usuário


Já tínhamos uma ideia do fluxo de usuários no app. Mas ainda sentíamos a necessidade de visualizar todo o aplicativo e as relações entre suas telas, então criamos um fluxo de usuário.


Isso nos ajudou a definir quais telas precisávamos projetar.


Finalmente, UI e Visual Design

Style guide


Os estilos e componentes da marca, como paleta de cores, tipografia e botões, foram documentados e projetados para serem escaláveis e reutilizados, facilitando a implementação e o gerenciamento a longo prazo.


Uma preocupação que tivemos foi escolher elementos e cores que apresentassem bom contraste e legibilidade, para contribuir com a acessibilidade do app.


Protótipo de alta fidelidade do MVP


Com base no fluxo do usuário, wireframes e guia de estilo, iniciamos nosso protótipo hi-fi.


Em 2024, resolvi redesenhar as telas para corrigir algumas falhas estruturais, de usabilidade e de design.


Eu queria conectar melhor as descobertas da nossa pesquisa à solução em si, tendo em mente:

  • Simplificar o visual;

  • Criar uma melhor arquitetura de informação para o aplicativo;

  • Organizar melhor os dados nas telas.


Ver arquivo no Figma →



Aprendizados e próximos passos


Com este projeto, tivemos a oportunidade de aprender, experimentar e trabalhar em conjunto nas diferentes fases que um novo produto pode passar durante a sua concepção.


Atualizei o protótipo para implementar algumas melhorias na UI do aplicativo em 2024.


Se continuássemos este projeto, o próximo passo seria realizar mais uma rodada de testes de usabilidade, agora com o protótipo de alta fidelidade.


Um ano após o lançamento, teríamos que verificar se a emissão de segundas vias de documentos de identidade em Santa Catarina realmente diminuiu 30%.


Se eu estivesse trabalhando neste projeto atualmente, tentaria definir métricas e indicadores mais diretamente relacionados à adoção e utilização do produto, ao invés de ter apenas uma meta que envolva o ambiente externo, que pode ser afetado por inúmeras variáveis.


Vamos trabalhar juntos?

© Copyright 2024. Todos os direitos reservados.

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